Abrossexualidade: o que é e por que é importante falar sobre isso
- lucianeangelo
- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 14 minutos
Termo ainda pouco conhecido, a abrossexualidade descreve uma orientação sexual fluida, em que a atração pode mudar ao longo do tempo.

A discussão sobre diversidade sexual tem se ampliado nas últimas décadas, e, com ela, surgem termos que nomeiam experiências afetivas e de desejo que fogem dos modelos tradicionais. Um desses termos é abrossexualidade, uma orientação que ainda é pouco conhecida, mas que representa uma vivência legítima e comum para muitas pessoas.
Abrossexual é o nome dado à pessoa cuja atração sexual varia ao longo do tempo. Essa variação pode ocorrer em intensidade (sentir mais ou menos atração), direção (por qual gênero se sente atração), ou até mesmo na presença dessa atração, que pode estar presente em determinados períodos e ausente em outros. A orientação também pode ser chamada de abroromântica quando se refere especificamente à atração romântica.
Importante destacar que essas mudanças não são controláveis, não estão ligadas a estados emocionais passageiros, tampouco significam indecisão ou "fase". São simplesmente formas diversas de experimentar o desejo e o afeto.
A abrossexualidade integra o chamado espectro ace (assexual), que inclui pessoas com formas variadas de atração sexual, muitas vezes fluidas ou reduzidas. No entanto, abrossexuais podem ou não se identificar com a assexualidade, dependendo da frequência e intensidade com que experienciam o desejo.
Embora não seja um termo novo, a abrossexualidade ainda enfrenta invisibilidade social. A falta de reconhecimento pode levar a diagnósticos errados, pressões sociais para “escolher um lado”, ou até à crença equivocada de que a pessoa está sendo instável ou contraditória. Essa desinformação muitas vezes impacta a saúde mental e os relacionamentos interpessoais, especialmente em ambientes em que a sexualidade é vista de maneira rígida ou binária.
Compreender a abrossexualidade ajuda a promover respeito, reduz o estigma e contribui para a construção de espaços afetivos mais seguros, onde as pessoas não precisem se moldar para se encaixar em expectativas alheias.
Assim como outras orientações que questionam o modelo tradicional de atração linear e constante, a abrossexualidade reforça que não existe uma única forma "correta" de sentir. Reconhecê-la é dar nome a uma experiência real e abrir espaço para uma vivência afetiva mais livre, diversa e autêntica.
*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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