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Neomonogamia: Um Outro Jeito de Amar

  • lucianeangelo
  • 8 de abr.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de abr.

De tempos em tempos a monogamia é discutida. A neomonogamia seria uma versão mais light das relações fechadas.


Sabe quando você está no meio de uma conversa e alguém solta uma palavra que você nunca ouviu, mas que parece fazer tanto sentido que você fica com aquela curiosidade no olhar? Foi assim que eu me senti quando, pela primeira vez, ouvi falar de neomonogamia. O nome, a princípio, pode parecer complexo ou até meio distante, mas, ao ouvir a explicação, tudo se encaixou de um jeito simples, quase natural.


Neomonogamia, como o próprio nome sugere, é uma nova maneira de pensar a monogamia — sim, aquela ideia tradicional de ter um parceiro único e exclusivo. Mas, antes de sair julgando, é bom entender que a neomonogamia não significa abandonar a monogamia. Na verdade, é uma versão mais flexível e, digamos, mais realista do que a monogamia tradicional costuma nos apresentar. Em outras palavras, é a ideia de que podemos, sim, ter um relacionamento exclusivo, mas de uma forma mais adaptada à vida moderna e às nossas necessidades emocionais e afetivas.


No fundo, a neomonogamia tenta resolver uma questão que muitos de nós, ao longo dos tempos, tentamos entender: como manter um relacionamento saudável e satisfatório, quando as expectativas criadas pela sociedade muitas vezes não correspondem à realidade das nossas relações? A neomonogamia permite que você construa um vínculo forte e profundo com alguém, mas com a consciência de que é possível ser aberto e transparente em relação a outras conexões afetivas, desde que isso seja claro para todos os envolvidos. Sem segredos, sem enganações, e, claro, com muito respeito.


É como se fosse um "relacionamento exclusivo com uma pitada de liberdade". Pode parecer contraditório, mas funciona para muitas pessoas. Afinal, todos nós temos diferentes formas de amor, e isso não significa que não podemos ser fiéis, emocionalmente comprometidos e dedicados a alguém. O segredo da neomonogamia está na comunicação aberta e no entendimento mútuo sobre o que é aceitável para os dois.


Aplicar a neomonogamia no relacionamento não significa simplesmente "abrir" o relacionamento de forma descontrolada. Ao contrário, é mais sobre redefinir as regras do jogo com base nas necessidades e limites de cada um. O casal deve criar um espaço de diálogo, onde seja possível discutir as expectativas, as inseguranças e as necessidades afetivas de forma honesta e sem julgamentos. O mais importante aqui é a confiança, algo que não se perde, mas se redefine de acordo com os desejos e os acordos feitos a dois.


O afeto e a intimidade podem se manifestar de diversas formas, e o que importa é como essas manifestações se encaixam no que você e o outro desejam para o relacionamento.


O que muitos casais permitem, por exemplo, para ficar mais claro:

-Ficar com alguém no Carnaval. -Viver um affair em viagens. -Uma noite sem compromisso, sem troca de WhatsApp. -Celebridade-crush está liberada. -Beijar amigos em festas.


E por aí vai...


Mas, como em qualquer tipo de relacionamento, a chave da neomonogamia é o respeito. Não se trata de ter permissão para se envolver com outros de forma sem limites, mas sim de entender que a conexão emocional pode ser fluida e diversa, sem que isso enfraqueça o compromisso entre duas pessoas. E, em vez de se apegar a velhos modelos, é sobre encontrar o que funciona para o casal, com base na confiança e no entendimento de que amor não precisa ser rígido para ser profundo.


A neomonogamia, então, é como um convite para repensarmos as formas de amar que a sociedade nos impõe, criando novos caminhos para o afeto. É sobre respeitar a individualidade de cada um, sem deixar de lado o compromisso. Um equilíbrio sutil, mas transformador.


E, no final das contas, a grande lição que a neomonogamia nos traz é que o mais importante em um relacionamento não é o modelo em si, mas a conexão real que se constrói entre duas pessoas. O amor, em qualquer forma que ele tome, deve ser genuíno, honesto e, acima de tudo, livre.


*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.


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Luciane Angelo © 2018-2022

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