A nossa idealização de amor romântico nos impede de viver relacionamentos saudáveis.
Quem aqui já sonhou com príncipe ou princesa encantados? Eu já! Até porque cresci assistindo Cinderela e amigas. Acabou sendo, de certa forma, natural esperar por um par perfeito que realizasse todos os meus desejos e fantasias. Não que o amor de “felizes para sempre” não exista. Ele existe. Tenho exemplos próximos de relações duradouras e felizes, mas não perfeitas. Ao contrário, os pares enfrentaram diversos desafios ao longo do tempo, mas se mantiveram juntos por amor, pela construção da família ou outros diversos motivos e continuam felizes. É uma escolha.
Mas o que quero explicar aqui é que essa construção que temos sobre o amor atrapalha o amar diário dentro das relações porque nada é incrível o tempo todo. E se você não estiver preparada para entender isso começará a achar que a parceria já não te ama mais e até você mesma vai contestar seu sentimento pelo outro. Mas não, amor não se mede por uma briga, por um dia de cansaço, por não querer transar naquela noite, por um possível desgaste. Amor se mede pela história construída e o quanto você está disposta a manter essa pessoa ao seu lado (te fazendo bem, claro! Porque amor não é abusivo. Posse e controle são. O que não é o que eu quero dizer nesse texto).
Amar é construção, é o amor real. O amor romântico é o perfeito, o ideal, o que não existe. Lembre-se que somos seres desejantes e a todo momento queremos algo, por isso mudamos, nos transformamos. E, mesmo numa relação estável, precisamos de tempos em tempos conversar sobre os nossos acordos e desejos. Amor é manutenção, cuidado e não um simples beijo e felizes para sempre…
*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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