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Como a leitura e a prática da sexualidade me ajudaram a entender melhor o universo feminino

Atualizado: 4 de mar. de 2022


As vivências femininas estão cada vez mais ganhando adeptas. Mas ler sobre as mulheres é tão importante quanto experienciar…



Trocar histórias, experiências, passar tempo com outras mulheres, descobrir técnicas de orgasmo e autoconhecimento na prática… Há um mundo novo se revelando para nós mulheres, ainda bem!! Estar aberta para estas vivências é um avanço, ter pessoas que nos orientem neste sentido também. Mas não podemos nos esquecer de que a leitura e o aprofundamento sobre a nossa sexualidade, sobre o nosso ser é fundamental. Falo isso em experiência própria. Quando comecei a estudar sexualidade fiquei até perdida com a quantidade de livros que coloquei para a minha biblioteca obrigatória. Mas aos poucos me organizei e li um a um. A cada obra finalizada descobria um pouco mais sobre mim e também sobre as outras mulheres. Um das leituras em que mergulhei (um dos meus livros preferidos) foi o “Vagina - Uma biografia”, de Naomi Wolf. É uma grande reportagem sobre o órgão feminino e tudo o que a nossa relação com a vagina interfere na vida da mulher. Naomi entrevistou dezenas de profissionais ligados à sexualidade como médicos, terapeutas tântricos, cientistas, pessoas que passaram por questões sexuais sérias. Li este livro com um celular por perto porque as anotações eram infinitas.


A cada capítulo, curiosidades deliciosas. Me lembro que uma delas eu até ri ao final. Ela explorou o significado do mamilo. Após estudos, descobriu que a sucção no mamilo libera oxitocina, hormônio do pertencimento, do apego. Isso diz muito sobre a relação entre mãe e filho durante a amamentação. Mas ela brinca: “se você tiver alguma relação sexual com alguém que não quer se apegar, melhor não deixar a pessoa chupar seu mamilo.” E aí comecei a pensar nas minhas relações e se eu deixava que sugassem meu mamilo. Caí na risada, óbvio! Outra analogia que ela faz é sobre as mulheres que são assediadas sexualmente ou moralmente no trabalho, terem problemas sexuais, baixa libido na vida pessoal. É autoconhecimento puro baseado em dados, estatísticas e vivências!


E já que sexo é energia me dediquei também a estudar o assunto de forma mais holística. De cara busquei o livro Tantra, o culto da feminilidade: outra visão da vida e do sexo, de Andre Van Lysebeth. Ali ele cita muitas vezes o fato de o corpo ser um templo e a importância de protegermos a nossa energia. Quem já não transou com "boy lixo” e no outro dia se sentiu sugada, sem energia? Comigo isso me aconteceu inúmeras vezes até eu começar a negar “esses convites”. Em outro momento ele também fala do toque, do abraço, das preliminares fazendo parte do sexo e não sendo somente um começo. Sim, o abraço, o beijo, o toque, o oral são a relação sexual em si. Não precisa ter penetração para ser sexo. O culto ao feminino neste livro é saboroso e revelador. Desmistifica o tantra e sua práticas.


Assim como no livro Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas, de Mirella Faur, em que a pesquisadora romena também desmistifica rituais femininos. Ela compartilha suas experiências e conhecimentos sobre a formação e condução de círculos femininos de energia. A obra é escrita de forma didática e repleta de orientações práticas. Foi muito importante eu ler um pouco dessa teoria antes de participar de experiências do feminino ou meditativas porque entendi muito mais o que estava acontecendo e também me senti mais protegida caso eu caísse em algum trabalho duvidoso sobre energia. Viver experiências é mágico, mas conhecer a sua teoria também é muito importante para nos entendermos melhor, aproveitarmos mais cada vivência. E conhecimento nunca é demais, não é mesmo?


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* Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.

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