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3 Lições que o filme "Entre Mulheres" nos ensina

Atualizado: 11 de mar. de 2023

Concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, o longa relata a violência -sexual e emocional- vivida pelas mulheres de uma colônia ultraconservadora.

Infelizmente não é ficção. Entre Mulheres, dirigido por Sarah Polley, baseado no livro Women Talinkg, da escritora Miriam Toews, conta um fato que realmente existiu na Bolívia entre 2005 e 2009. Durante anos, mulheres foram sedadas durante o sono e violentadas à noite, numa colônia de menonitas. Mas antes de continuar, quem são os menonitas? São uma comunidade cristã ultraconservadora que rejeita a modernidade e a tecnologia, pregando uma vida simples. Hoje acredita-se que tenha 1.5 milhão de praticantes, espalhados em 60 países. O nome vem do reverendo do século 16, Menno Simons, de quem eles seguem até hoje os ensinamentos;

Com diálogos longos e delicados, o filme prende a atenção e retrata o momento em que um grupo de homens foi preso, após a descoberta dos agressores de mais de 150 mulheres de todas as idades nessa comunidade. Questionamentos sobre assuntos como respeito, maternidade, religião, submissão e amor são discutidos de uma forma madura. E durante duas horas de filme, você começa a identificar nas personagens os diversos tipos de mulheres que encontramos na realidade, no dia a dia com suas dificuldades e lutas internas. Você sai da sala de cinema com um olhar mais empático às questões femininas, principalmente relacionadas ao patriarcado. Assista ao trailer aqui.

Algumas lições que aprendemos com o filme:

Cada mulher expressa a sua dor de um jeito. Ninguém sofre menos, ninguém sofre mais. Principalmente quando ocorre violência física, muitas mulheres desenvolvem traumas observados em reações no próprio corpo. Como é o caso de uma das personagens que, em determinado momento, tem uma crise de ansiedade ao lembrar do ataque sofrido. No mesmo momento, outra mulher a repreende dizendo que ela quer chamar a atenção do grupo. Mas esta mulher, no momento amarga, também está numa prisão emocional, num casamento que ela não escolheu. E sua mãe, ao longo, do filme, pede perdão a ela por não ter dado escolha à filha. Sim, tanto a personagem com ansiedade e a mais arredia sofre da mesma violência, mas se comportam de maneiras diferentes em relação à dor comum entre elas. Por isso, respeite a mulher independentemente da relação que ela esteja vivendo, respeite a dor e o caminho que ela precisa percorrer até se libertar. Acolha, não a afaste.

Ir embora é libertar-se. Muitas vezes queremos justiça, dar o troco na mesma moeda nas relações. Mas nem sempre é a melhor saída. Ir embora e deixar para trás tudo que te traz sofrimento se torna a melhor solução. Um recomeçar, muitas vezes, é melhor do que ir ao ponto da ferida podendo até se sair ainda mais machucada. Apenas vá embora e liberte-se. O coletivo é a chave da força. Quando mulheres deixam de lado suas diferenças e se unem, ninguém é capaz de derrubá-las. Sabe por que? São decisões tomadas com acolhimento, preocupação coletiva e amor entre as envolvidas.

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Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.

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