Ando pensando muito sobre este tema. Venho a cada dia me sentindo mais livre sobre minhas decisões do dia a dia, também sobre relacionamentos tanto amorosos quanto de trabalho. E, finalmente, estou em paz com muitas questões que, até então, me incomodavam porque há anos não me encaixo num padrão. Principalmente sobre relacionamentos.
Por que se exige tanto da mulher em estar dentro de um namoro ou casamento como sinônimo de felicidade e realização? Por que vinculamos o bem-estar da mulher à alguém e não a ela mesma? Esses dias eu vi um relato lindo da atriz Grazi Massafera falando sobre isso nas redes, após o término com o namorado, e replico aqui: "Estar solteira não é sinônimo de fracasso, como ousam entubar em nós mulheres. É também uma decisão, uma escolha, uma vontade. É bancar essa estrutura machista em que a gente vive. É tanta coisa... Relacionamentos não me definem, comentários depreciativos não me definem, suposições não me definem e não deveriam definir nenhuma mulher. Nem hoje nem no nosso dia. Nunca mais", declara.
Sempre foi mais uma questão para os outros do que para mim quando eu respondia que não tinha alguém fixo. Eu percebia uma frustração vinda dos olhares e isso me causava um certo incômodo por eu nunca estar num padrão que queriam, muitas vezes, até me achava inferior e tentava até buscar alguém para não ser "sozinha". Porque na cabeça deles eu era sozinha.
Com o passar dos anos, entendi que a minha liberdade de escolha é muito mais importante que qualquer status. Prefiro dormir sozinha na minha cama a me relacionar com alguém que me diminui, me violenta emocionalmente. Se eu transo? Claro que transo! Até porque gozar faz muito bem à saúde e sexo é fácil de encontrar. Mas não preciso namorar todos com quem eu transo. Gosto de namorar? Sim, muito! Mas a minha companhia diária é valiosa para eu dividi-la, sem muito critério, apenas para dizer que tenho um par. Para alguém entrar oficialmente na minha vida hoje precisa agregar e muito!! O mais importante durante esses últimos anos (e muita terapia) foi eu entender a minha "liberdade de ser mulher" até para recusar sexo quando eu simplesmente não quiser. E está tudo bem! O importante é eu agir da forma mais fiel a mim mesma. Para eu ser feliz, basta apenas ser eu mesma. O que vier a mais é lucro, pois já estou ganhando...entenderam meninas? Deixo esse relato bem pessoal porque sei que muitas de vocês vivem esses questionamentos e pressões no dia a dia. Vocês não estão sozinhas, estamos juntas!
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*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.
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