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Este hábito pode arruinar seu relacionamento, sem você perceber

  • lucianeangelo
  • 27 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 5 dias

Provavelmente você já fez ou recebeu o silêncio barulhento…


No mundo sutil dos relacionamentos, nem sempre as palavras dizem tudo. Às vezes, o que não é dito fala mais alto — e mais dolorosamente. O chamado "silêncio barulhento" é um desses casos. Trata-se daquele momento em que alguém, de forma deliberada, escolhe ignorar o outro, deixando no ar uma mensagem clara: “Você está sendo punido”. Pode vir disfarçado de uma saída teatral da sala, de uma ausência repentina nas mensagens ou de um olhar que evita, intencionalmente, o encontro. É um comportamento que, mesmo sem palavras, grita.


É compreensível por que muitas pessoas recorrem ao tratamento do silêncio. No calor de um conflito, pode parecer reconfortante manter o controle e fazer o outro "sofrer um pouco". Mas esse controle vem com um custo alto. Quando usamos o silêncio como forma de punição, o que transmitimos não é apenas distanciamento, mas rejeição, exclusão e abandono.

E não é só uma questão emocional: estudos mostram que ser ignorado ou excluído ativa no cérebro as mesmas regiões envolvidas na dor física. Em outras palavras, o silêncio imposto machuca, literalmente.


A pessoa que sofre o tratamento do silêncio costuma mergulhar numa espiral de dúvidas: "O que eu fiz de errado?", "Será que sou o problema?", "Como posso consertar isso?". Essa incerteza corrói a autoestima e pode gerar ansiedade, medo e culpa. A ambiguidade — o não saber quando ou se o silêncio será quebrado — intensifica o sofrimento. O silêncio se torna “letal” justamente por isso: porque ele não fecha portas, apenas deixa todas entreabertas.


Conflitos são inevitáveis em qualquer relacionamento saudável, mas a forma como lidamos com eles é o que define sua durabilidade e qualidade. Se você está emocionalmente sobrecarregado, há maneiras saudáveis de se afastar temporariamente sem ferir o outro: "Não posso falar com você agora, estou muito chateado. Vou dar uma volta e volto em uma hora." Essa frase simples faz toda a diferença. Ela comunica claramente seus limites, preserva o espaço emocional e, mais importante, não deixa a outra pessoa no escuro.


Quando o Silêncio Vira Abuso

Todos podemos, em algum momento, cair na armadilha do silêncio. Mas quando ele se torna um padrão constante de lidar com conflitos, ele ultrapassa os limites da desatenção e entra no território do abuso emocional. O silêncio crônico, usado sistematicamente como punição ou forma de controle, mina a confiança e a segurança emocional da relação.


Como Recomeçar o Diálogo

Se você estiver pronto para restabelecer a conexão, seja vulnerável e direto. Um gesto simples, como escrever um bilhete ou iniciar uma conversa com empatia, pode abrir caminhos. Um roteiro possível para esse reencontro é: "Sinto que não podemos seguir em frente quando você me dá o gelo. Quero entender o que está acontecendo com você. Não quero que você se sinta chateado. Quero melhorar as coisas entre nós. E preciso de mais informações sobre o que está acontecendo com você para fazer isso."


A empatia, nesse contexto, não é fraqueza. É o ponto de partida para reconstruir uma ponte que o silêncio tentou destruir.


*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.


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Luciane Angelo © 2018-2022

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