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Dia do Solteiro: supervalorizamos o amor romântico?

  • lucianeangelo
  • 12 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de ago.

Muito além do romance, as amizades profundas também podem ser o grande amor da sua vida e merecem ser celebradas no Dia do Solteiro.

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Por muito tempo, fomos ensinados a procurar "a outra metade", como se a realização emocional só viesse por meio de um relacionamento romântico. O Dia do Solteiro (15 de agosto) costuma ser visto como um lembrete dessa ausência mas e se, na verdade, ele fosse uma celebração de algo igualmente profundo e poderoso: a amizade?

A jornalista Rhaina Cohen, formada em Harvard, propõe uma nova forma de enxergar as relações humanas. Em seu livro "A Vida é Melhor com Amigos", ela defende que as amizades profundas podem ocupar o centro da vida emocional tanto quanto ou até mais do que os relacionamentos amorosos.

Ela mesma vive isso na prática: mora com o marido, dois grandes amigos e os filhos deles. Juntos, compartilham responsabilidades, alegrias e a rotina do dia a dia, como qualquer família. O diferencial? Nem todos estão romanticamente envolvidos. O que os une é o afeto genuíno e o compromisso mútuo, algo que ela chama de parceria platônica.

Essas parcerias são relações de amizade tão sólidas quanto casamentos: envolvem decisões em conjunto, planos de longo prazo, apoio emocional e até cuidados na velhice. Sem romance, sem sexo, apenas vínculos afetivos profundos, constantes e comprometidos.

O livro resgata ainda a ideia da amizade romântica, comum em outros séculos, quando pessoas do mesmo sexo mantinham laços íntimos e emocionais sem que isso fosse questionado ou sexualizado. Com o tempo, a sociedade passou a colocar o amor romântico no topo da hierarquia das relações e a amizade foi sendo relegada a um papel secundário.

Essa visão, segundo Cohen, empobreceu nossa vida emocional. Esperar que uma única pessoa supere todas as nossas necessidades afetivas, emocionais, sexuais, práticas e existenciais é uma pressão imensa e, muitas vezes, irrealista. É aí que entra o poder das amizades. Elas podem dividir esse peso e oferecer uma rede de apoio mais rica, leve e verdadeira.

No Dia do Solteiro, talvez o convite não seja lamentar o que (supostamente) falta, mas celebrar o que já existe: aquelas amizades que te conhecem no detalhe, que seguram sua onda, que sonham com você. Aquela pessoa que está ao seu lado em silêncio quando tudo desaba e também quando tudo dá certo.

A amizade, afinal, também pode ser um lar. Talvez o amor da sua vida não seja um par romântico, mas um amigo. E tudo bem. Aliás, isso pode ser mais do que suficiente.


*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.


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