top of page

A masturbação e o nosso amor-próprio

O filme “O Ano em que Comecei a Vibrar por Mim” mostra o que o autoconhecimento é capaz de fazer com as mulheres.


Consumida pelas tarefas diárias trabalho-casamento-filho, Hanna (Katia Winter), protagonista de “O Ano em que Comecei a Vibrar por Mim”, Netflix, vê sua vida ruir um pouco antes de completar 40 anos: perde o emprego, marido, casa e se distancia do filho. A vida fica de ponta-cabeça até que ela encontra uma garçonete mais jovem que, ao perceber todo o momento frágil de Hanna, a aconselha a se masturbar e a ouvir “o que a sua vagina deseja”. Hanna, que não olhava para si mesma havia muito tempo, não se lembrava da sua última masturbação, quanto mais ter um vibrador. E aí começa a sua jornada de autoconhecimento.

Ela tem alguns encontros que não dão certo até que se rende ao sugador de clitóris Sila, da Lelo - marca sueca, local onde se passa o filme. Em sua primeira experiência, a personagem sente o orgasmo como mágico, dando a entender que era algo nunca vivido antes. E toda vez que Hanna usava o aparelho, as cenas eram preenchidas com cores e nuances mais quentes, além de uma leveza e alegria.

Hanna começou a ganhar mais confiança, deu um up no guarda-roupa, alugou um apartamento, deixou de lado os encontros errados, colocou o ex-marido no devido lugar e focou em sua própria vida. Ali entendeu que ela não precisava do melhor trabalho para ser feliz e nenhum relacionamento fixo com alguém, pois havia encontrado mais tempo agora para seus prazeres. O namoro era com ela mesma. Um filme despretensioso e leve, mas com uma mensagem sutil para nós, mulheres.

Nos sujeitamos tanto às pressões externas e obrigações que, no dia a dia, podemos facilmente nos esquecermos de nós mesmas. A vida vai perdendo as cores, o brilho, a alegria e entramos em modo automático. Quando foi a última vez que você se tocou, se masturbou, se arrumou para você mesma, se olhou no espelho, achou um tempo para você? Se já faz muito tempo, que tal hoje fazer algo para o seu amor-próprio? Lembre-se de que você é a pessoa mais importante da sua vida.


*Texto originalmente publicado para o site da Vogue Brasil.


Comments


bottom of page